Produção de trigo cai e importação deve crescer
Em Santa Catarina, o ritmo de negócios também é lento
Segundo informações da TF Agroeconômica, o mercado de trigo segue enfrentando desafios importantes no Sul do Brasil. No Rio Grande do Sul, o CEO da Serra Morena declarou, em entrevista a uma rádio uruguaia, que o plantio de trigo para a próxima temporada pode não ultrapassar 900 mil hectares. Enquanto isso, o mercado disponível permanece travado: os moinhos consideram o preço futuro de R\$ 1.330,00 no porto de Rio Grande elevado e a farinha não reage, mantendo compradores cautelosos.
Ainda no RS, a disponibilidade de trigo está praticamente fechada para julho, restando entre 320 e 370 mil toneladas para negociação, segundo a TF Agroeconômica. O preço para exportação em dezembro caiu para R\$ 1.280,00 e os moinhos seguem afastados. No interior, a cotação da pedra em Panambi manteve-se em R\$ 70,00 a saca para o produtor, refletindo um mercado com pouca movimentação e pressionado pelo grande volume de sementes descartadas para moagem.
Em Santa Catarina, o ritmo de negócios também é lento. As indicações dos moinhos giram entre R\$ 1.420 e R\$ 1.430 CIF, enquanto o descarte de sementes sobra a R\$ 1.500 FOB. O trigo gaúcho chega ao estado entre R\$ 1.480 e R\$ 1.500 CIF, e o melhorador do RS foi negociado a R\$ 1.460 mais ICMS. Segundo relatos de sementeiros, houve uma queda de cerca de 20% nas vendas de sementes em comparação ao ano anterior. A Conab estimou redução de 6,3% na produção catarinense, mesmo com um leve aumento de área plantada, devido à menor produtividade. Os preços da pedra se mantiveram estáveis, variando entre R\$ 75,00 e R\$ 80,00 a saca, dependendo da região.
No Paraná, o mercado continua travado, com médias do CEPEA em queda. Produtores pedem no mínimo R\$ 1.550/t FOB, enquanto compradores oferecem R\$ 1.500 CIF, com pagamento em agosto. O trigo importado, principalmente argentino, amplia a oferta com preços em torno de US\$ 275-278 em Paranaguá e US\$ 285 para o paraguaio no norte do estado. A cotação da pedra recuou 0,70% na semana, ficando em R\$ 78,70, ainda acima do custo médio de produção de R\$ 73,53, garantindo lucro médio de 7,03% para o triticultor paranaense.
Fonte: Agrolink