Governo de Minas reforça medidas para evitar disseminação da gripe aviária
Caso registrado em aves de vida livre não impacta a produção comercial; Saúde esclarece que é seguro consumir ovos e carne de frango
O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária (Seapa) e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), tem se mobilizado e intensificado as ações para conter a propagação da gripe aviária no estado. Os detalhes foram apresentados em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (28/5), como forma de esclarecer e tranquilizar a população sobre a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).
Na terça-feira (27/5), o Estado decretou Situação de Emergência Sanitária Animal devido ao registro de um caso de gripe aviária em ave ornamental em um sítio localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A medida emergencial foi necessária para que Minas Gerais realize todas as ações de prevenção, contenção e enfrentamento à doença, incluindo uma eventual mobilização de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros.
A diretora-geral do IMA, Luiza Castro, ressaltou que a chegada da notificação é um sinal de que o sistema de vigilância do Estado é eficiente. "Principalmente em um caso como este, que envolve uma ave de vida livre, que é de identificação mais difícil", avaliou. Com o caso confirmado, o governo passou a tomar medidas para conter a disseminação do vírus a partir da propriedade onde houve o registro.
"Nosso trabalho está voltado para evitar que essa circulação viral não chegue às aves comerciais. Esse é o ponto no qual tomamos todas as nossas medidas de vigilância, mas isso já é a rotina do trabalho da defesa agropecuária: rastreio, vigilância e garantia de que a circulação viral não vai impactar na produção avícola do estado de Minas Gerais, o que temos muita segurança de que está funcionando plenamente", enfatizou.
Entre as iniciativas apresentadas na manhã desta quarta-feira, estão medidas de biosseguridade das granjas comerciais, políticas de educação sanitária e vigilância nas propriedades classificadas como de risco, além de cadastro e vistoria em criatórios de subsistência e ações sanitárias em eventuais áreas de foco da doença.
"Estamos muito otimistas do ponto de vista de que a preservação da avicultura comercial será mantida, visto que Minas vem passando pelo momento da demanda mundial por proteína animal. Nos quatro primeiros meses do ano, tivemos um aumento de mais de 10% no volume de exportações de aves, quando chegamos a exportar 26 mil toneladas", ressaltou o secretário adjunto da Seapa, João Ricardo Albanez.
Todas as medidas que estão sendo tomadas pelo Governo de Minas fazem parte do Plano de Contingência da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, firmado entre União, estados e setor produtivo, ainda em 2022, quando surgiu o primeiro foco da doença na América do Sul. Até o momento, não há qualquer comprometimento da produção avícola do estado.
Registro anterior
Em 2023, Minas Gerais já havia registrado uma ocorrência. Naquele ano, um pato de vida livre da espécie Cairina moschata foi diagnosticado com Influenza Viária de Baixa Patogenicidade (H9N2), que costuma causar pouco ou nenhum sintoma clínico nas aves e não oferece qualquer risco para os seres humanos.
"A influenza aviária é uma doença que, até maio de 2023, era considerada como exótica no Brasil. O vírus, porém, é comum em aves de vida livre, aves migratórias e em passarinhos. O que tem acontecido é que desde 2018 esse vírus ganhou uma patogenicidade maior, que tem causado uma onda de doenças, e é aí que começa a intensificação das vistorias sistematicamente nas granjas, exatamente para verificar se os produtores comerciais implementaram as medidas necessárias para a prevenção do vírus", destacou a diretora técnica do IMA, Izabela Hergot.
Consumo seguro
A secretária adjunta de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Poliana Cardoso Lopes, esclareceu que a gripe aviária não é transmitida pelos alimentos, que precisam ser bem cozidos. "Não há nenhum risco no consumo de ovos e carne de frango para a saúde humana. O contágio não acontece por meio do consumo, ele ocorre com base no contato direto com as aves infectadas. Então não é uma questão de saúde humana, estamos tranquilos em relação a isso", esclareceu.
A transmissão das aves para os humanos não é comum, mas pode ocorrer em pessoas expostas a uma grande carga viral ou que estejam com baixa imunidade. "Com a utilização correta dos equipamentos de proteção individual (EPIs) não há risco para os trabalhadores (das granjas). Também alertamos que, na eventualidade de encontrar alguma ave morta pelo caminho, a pessoa não deve deve tocar nela, e é importante que colabore com o sistema de vigilância fazendo a notificação para o IMA e para a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG)", pontuou Poliana Cardoso Lopes.
O vídeo com a transmissão da coletiva de imprensa está disponível neste link.
Fonte: Governo - MG