Federarroz solicita utilização da taxa da orizicultura para acessar novos mercados consumidores

Entidade envia ofício ao governador Eduardo Leite pedindo uso emergencial da CDO para garantir escoamento do arroz diante da falta de liquidez e ameaça de abandono da atividade

27/06/2025 às 11:38 atualizado por Redação - SBA
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A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) encaminhou um ofício ao governador Eduardo Leite solicitando que os recursos arrecadados pela Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO) sejam utilizados para viabilizar o escoamento da produção de arroz a mercados consumidores. A proposta é que os valores pagos pelos próprios produtores sejam empregados como instrumento emergencial para apoiar a comercialização em meio à grave crise de liquidez enfrentada pelo setor.

A CDO é uma taxa obrigatória recolhida dos produtores de arroz no Rio Grande do Sul, destinada ao financiamento de atividades de pesquisa e desenvolvimento conduzidas pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). O valor é calculado com base em um percentual sobre o valor da Unidade Padrão Fiscal do Estado (UPF-RS) por saca de 50 quilos de arroz em casca.

O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, reforça que o setor enfrenta um cenário crítico, com preços muito abaixo dos custos de produção e severa restrição de liquidez no mercado. “Estamos buscando alternativas para minimizar o impacto dessa conjuntura e apoiar os orizicultores. A taxa CDO é oriunda do próprio setor e, portanto, deve ser revertida em benefício direto ao produtor”, defende.

No documento enviado ao governo estadual, a Federarroz destaca que boa parte dos valores arrecadados pela CDO acaba não sendo utilizada em sua totalidade, seja por falta de projetos ou por limitações operacionais. A entidade entende que, diante do atual colapso de mercado, o uso dos recursos deve ser redirecionado de forma excepcional para apoiar mecanismos de comercialização e escoamento da produção visando atingir novos mercados. “Solicitamos a adoção dos meios legais cabíveis para que o recurso, que já pertence ao setor, seja empregado em ações concretas de escoamento da produção para os mercados consumidores. Essa medida é urgente diante do cenário de preços aviltados e da absoluta ausência de liquidez comercial, que coloca todos os produtores do Estado em situação de prejuízo e ameaça a continuidade da atividade”, pontua Velho.

A Federarroz alerta que, sem a adoção de medidas imediatas, o setor corre o risco de registrar o abandono da atividade por parte de inúmeros produtores, o que agravaria ainda mais a situação econômica e social do Rio Grande do Sul.

Fonte: Federarroz