O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quin-feira (5) os resultados das Estatísticas da Produção Pecuária para o 2º trimestre de 2024, revelando um recorde histórico no abate de bovinos. Com um aumento de 17,5% em relação ao mesmo período de 2023 e de 6,7% comparado ao primeiro trimestre de 2024, o total de cabeças abatidas alcançou 9,96 milhões.
O crescimento significativo no abate de bovinos foi observado em 26 das 27 unidades da federação (UFs). O abate de fêmeas subiu 20,8%, impulsionado pela redução no preço dos bezerros, enquanto o abate de machos aumentou 14,8%. De acordo com Bernardo Viscardi, supervisor da pesquisa, "o ciclo de retenção que durou entre 2019 e 2021 foi substituído por um ciclo de expansão a partir de 2022, com a redução no preço dos bezerros refletindo no aumento do abate de fêmeas."
O abate de frangos também registrou um aumento de 3,2%, totalizando 1,61 bilhão de cabeças, o segundo maior volume na série histórica. O abate de suínos cresceu 2,5% no mesmo período, alcançando 14,57 milhões de cabeças, com destaque para o aumento em 17 das 24 UFs.
As exportações de bovinos atingiram 612,44 mil toneladas, marcando um aumento de 30% em relação ao ano anterior e estabelecendo recordes para abril e maio. O volume exportado de carne suína também cresceu, e as exportações de carne de frango retomaram o crescimento, alcançando um novo recorde na série histórica.
Viscardi apontou que o mercado interno absorve a maior parte dessas proteínas, e a redução nos preços da carne bovina ajudou a estimular a demanda interna, enquanto o preço acessível do frango também gerou alta demanda.
A produção de ovos de galinha também atingiu um novo recorde, com 1,16 bilhão de dúzias no 2º trimestre de 2024, um aumento de 9,8% em relação ao ano anterior. A alta na produção é atribuída à acessibilidade e demanda contínua por ovos, especialmente para consumo humano.
Por outro lado, a aquisição de couro e leite enfrentou variações. A aquisição de couro aumentou 16,9%, enquanto a de leite caiu 6,2% em comparação com o trimestre anterior. A seca sazonal afetou o preço do leite, que registrou uma alta ao longo do trimestre, mas ainda apresentou uma retração anual.
As cheias no Rio Grande do Sul impactaram significativamente as atividades agropecuárias no estado, reduzindo o abate de bovinos e suínos e afetando a produção de ovos e couro. O abate de bovinos no estado caiu em comparação ao ano anterior, e a produção de leite foi a mais afetada, com uma retração significativa.
A pesquisa do IBGE fornece dados detalhados sobre o abate de bovinos, suínos e frangos, bem como sobre a produção de ovos, couro e leite, com atualizações trimestrais. Os resultados completos do 3º trimestre de 2024 serão divulgados em 5 de dezembro.
Fonte: IBGE