Petrobras destina R$ 450 milhões para comprar créditos de carbono e impulsionar restauração florestal na Amazônia

Iniciativa, em parceria com o BNDES, visa recuperar áreas degradadas e promover a geração de empregos e a preservação ambiental na região

01/04/2025 às 11:13 atualizado por Allana Ferrsouza - SBA
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A Petrobras e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciaram uma parceria para impulsionar o mercado de crédito de carbono na Amazônia, com um investimento inicial de R$ 450 milhões em restauração florestal, podendo chegar a R$ 1,5 bilhão. O acordo foi firmado na segunda-feira (31), no Rio de Janeiro, pelos presidentes das duas instituições, Magda Chambriard e Aloizio Mercadante.

O programa, batizado de ProFloresta+, visa aumentar a cobertura vegetal nativa e gerar empregos na região amazônica. A Petrobras investirá os R$ 450 milhões na compra de créditos de carbono, enquanto o BNDES concederá empréstimos a projetos de recuperação de áreas degradadas, utilizando recursos do Fundo Clima, com uma taxa de juros de 1% ao ano, muito abaixo da Selic atual, de 14,25%.

Na fase inicial, o programa recuperará 3 mil hectares e, com cinco projetos, a meta é atingir 15 mil hectares, gerando 5 milhões de créditos de carbono. Isso representa o plantio de 25 milhões de árvores e a criação de 1,7 mil empregos. O projeto tem potencial para restaurar até 50 mil hectares em 25 anos e capturar 15 milhões de toneladas de carbono.

Para Magda Chambriard, o ProFloresta+ reforça o compromisso ambiental da Petrobras e é um passo importante no combate às mudanças climáticas. “Trata-se de uma revolução verde. É um projeto estruturante para combater as mudanças climáticas”, afirmou a presidente da Petrobras. O programa também busca garantir previsibilidade no mercado de créditos de carbono, o que é essencial para incentivar projetos ambientais.

A iniciativa surge em um contexto de crises climáticas, como as recentes enchentes no Rio Grande do Sul e a maior seca na Região Norte em 121 anos. Aloizio Mercadante destacou que o Brasil deve liderar a agenda ambiental global, e que o ProFloresta+ é uma resposta decisiva à crise climática. A ação também visa tornar a COP30, marcada para novembro em Belém, um marco na luta contra o aquecimento global.

O BNDES já financia projetos de conservação, mas o ProFloresta+ é voltado exclusivamente para a restauração de áreas degradadas. De acordo com a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, o programa cria um ambiente de confiança ao gerar uma demanda firme para o mercado de créditos de carbono, o que facilita a atuação de restauradores.

A Petrobras, além de garantir a demanda por créditos de carbono, também poderá lucrar com a compra e venda desses créditos, funcionando como uma ação no mercado. A certificação dos créditos será realizada por uma empresa especializada, em um modelo de parceria público-privada, o que assegura transparência e confiabilidade ao processo.

O mercado de carbono, regulamentado pela Lei 15.042 sancionada em dezembro de 2023, permite a compra e venda de créditos para compensar as emissões de CO2. Com o ProFloresta+, espera-se que o Brasil se posicione de forma sólida no cenário global de sustentabilidade, criando mais oportunidades para projetos ambientais no país.

Informações: Agro em Campo