Monitoramento em pomares de citros e outras ações garantem status do RS de área sem ocorrência de greening

O Rio Grande do Sul está fortalecendo as ações de prevenção para que a doença não chegue ao estado

16/04/2025 às 10:51 atualizado por Laura Diaz - SBA
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Desde o surto confirmado de greening em pomares de citros de sete municípios do oeste catarinense, no mês de fevereiro, o Rio Grande do Sul está fortalecendo as ações de prevenção para que a doença não chegue ao estado.

“Em 2022, quando teve o primeiro surto de greening em Xanxerê, no oeste catarinense, desenvolvemos um Plano de Contingência com uma série de ações de fiscalização e monitoramento do inseto vetor nas áreas com produção de citros do estado, que seguimos aplicando”, afirma a chefe substituta da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal (DDSV), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, engenheira agrônoma Maria Luíza Conti.

Além de barreiras de trânsito nos postos de divisa, principalmente nos municípios de Torres, Vacaria, Barracão e Marcelino Ramos, também estão sendo realizadas fiscalizações de cargas e mudas que venham para o Rio Grande do Sul e monitoramento do psilídeo (Diaphorina citri), vetor do greening, em municípios com maior possibilidade de incidência. Em setembro de 2024, foram instaladas 384 armadilhas em 77 municípios gaúchos com verificação quinzenal até o final de março deste ano.

“Até agora, todas as coletas realizadas deram resultado negativo, garantindo o status de área sem ocorrência de greening”, comemora Conti. E a cada ano, a ideia é aumentar o número de armadilhas e de municípios participantes. Todo o material suspeito coletado é enviado para laboratório para verificação.

Além disso, uma normativa publicada em 2024 (IN 14/2024) define que o ingresso no Rio Grande do Sul de mudas ou qualquer material propagativo dos gêneros Citrus, Fortunella e Poncirus, produzidas em outras Unidades da Federação ou no exterior, fica condicionado à Autorização Prévia emitida pela Secretaria através do Departamento de Defesa Vegetal (DDV/Seapi). A Autorização para Ingresso de Mudas e Materiais de Propagação de Citros deve acompanhar o trânsito do material, adicionado do Termo de Conformidade (TC) do material, da Nota Fiscal e da Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV) ou Certificado Fitossanitário (CF). “Esta normativa publicada em maio do ano passado dá mais segurança para o material que chega ao estado”, destaca Conti.

Sintomas

Entre os principais sintomas do greening estão o amarelamento das folhas, frutas pequenas, deformadas e com sabor amargo, além da redução na produtividade e morte das plantas como laranjeiras, limoeiros e bergamoteiras. Como medidas contra o greening, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) recomenda:

plantar mudas de qualidade, adquiridas de viveiros e comerciantes regulares e registrados;
nunca comprar mudas de vendedores ambulantes;
inspecionar o pomar com frequência, sendo o ideal realizar seis inspeções por ano, principalmente de fevereiro a agosto, quando os sintomas da HLB são mais visíveis.
A recomendação é reforçada pela Seapi para todos os produtores gaúchos. E se o produtor se deparar com qualquer suspeita de sintomas compatíveis com o HLB/Greening, comunique a Secretaria da Agricultura, através do e-mail: [email protected]

O que é o Plano de Contingência do Greening

O Plano Estadual de Exclusão e Contingência ao HLB/Greening foi criado no início de 2023, para atender a Portaria do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) nº 317/2021, que estabelece como critério para manutenção de status de Área sem Ocorrência a elaboração de um plano de contingência visando ações imediatas a serem adotadas no caso da ocorrência da praga no âmbito de sua respectiva Unidade da Federação. Esse plano tem o objetivo de salvaguardar a citricultura gaúcha, evitando a introdução, estabelecimento e dispersão do HLB/greening no Rio Grande do Sul.

Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação