Ministra da Agricultura define como ‘protecionismo ambiental’ restrições da UE

Tereza Cristina afirmou que proposta precisa ser debatida tecnicamente com viés científico e não político

Agronegócio
25/11/2021 às 17:21 atualizado por Thalya Godoy - SBA
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A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, em participação em evento em Campo Grande (MS), definiu como “protecionismo ambiental” a proposta em discussão na União Europeia de suspender a importação de commodities agrícolas oriundas de áreas de desmatamento, sejam legais ou não no país de origem.

Os produtos que podem ser barrados, se a proposta for aprovada pelo Parlamento Europeu e pelos países membros da União Europeia, vão desde os líderes de exportação do agronegócio brasileiro, como carne bovina e soja, como também óleo de palma, madeira, cacau e café, além de couro, chocolate e móveis derivados desses produtos.

O texto prevê que as empresas de comércio exterior terão que comprovar a origem do produto a ser exportado ao bloco europeu. As regras abrangem commodities vindas de área de desmatamento, sejam legais ou não pelo país de origem, posteriores a 31 de dezembro de 2020. A medida visaria prevenir o afrouxamento das leis ambientais das nações para se adequarem às regras de importação da UE.

“O momento é do mundo se unir pra resolver os problemas das emissões [de gases causadores do efeito estufa]. Isso está caminhando na Europa, o Brasil vai discutir esse assunto que impacta diretamente o nosso país, a Indonésia, a Tailândia, países que preservaram. Precisamos manter o que temos para ajudar o mundo”, afirmou a ministra. 

Tereza Cristina ressaltou a posição do Brasil como um dos maiores produtores e exportadores de alimento do mundo. O país é responsável, ao menos, por um alimento no prato de mais de um bilhão de pessoas do mundo. 

O desmatamento ilegal, de acordo com Tereza Cristina, é o grande problema que o Brasil precisa enfrentar para reduzir as emissões dos gases causadores do efeito estuda. A ministra enfatizou que essa proposta na UE precisa ser debatida tecnicamente através de caráter científico e não político. 

 

Foto de capa: Marcelo Camargo/ Agência Brasil