Mato Grosso do Sul lidera crescimento em áreas de florestas plantadas no Brasil

Mato Grosso do Sul registrou um aumento de 15% em sua área de florestas plantadas em relação ao ano anterior, consolidando-se como o maior crescimento do Brasil. Com investimentos de R$ 75 bilhões em seis plantas de celulose, o estado possui atualmente 1,5 milhão de hectares de florestas, sendo 98% dedicados ao cultivo de eucalipto, principal matéria-prima para a indústria de papel e celulose.

As informações foram apresentadas pelo secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação), durante o 56º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel da ABTCP, em São Paulo. “Tivemos um aumento de praticamente 275 mil hectares de florestas plantadas no último ano. Quem está na ponta entende o que isso representa para o setor. A movimentação econômica muda, toda a estrutura para comportar uma área desse tamanho se altera”, comentou o secretário.

Mato Grosso do Sul abriga cinco dos dez maiores municípios brasileiros em termos de área de florestas plantadas. Ribas do Rio Pardo lidera o ranking, com 420,5 mil hectares; seguido por Três Lagoas, Água Clara, Brasilândia e Selvíria. Esses municípios se tornaram polos de produção de eucalipto, atraindo investimentos de empresas como Suzano, Eldorado Brasil, Bracell e Arauco.

Entre os investimentos mais recentes, a Bracell anunciou a instalação de uma planta de celulose em Água Clara, com capacidade para 2,8 milhões de toneladas e investimentos de R$ 25 bilhões, gerando cerca de 10 mil empregos durante a obra e 3 mil na operação. Durante o congresso, a empresa recebeu o termo de referência para realizar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima), com entrega prevista para janeiro de 2025.

A Arauco também está avançando com seu projeto em Inocência, que começará a ser construído com uma capacidade de 3,5 milhões de toneladas, representando o maior projeto de celulose em construção no mundo.

No entanto, a expansão do setor traz desafios. O Governo de Mato Grosso do Sul está investindo na melhoria da logística e planejamento da cadeia. A construção da chamada Rota Celulose e a necessidade de um canal ferroviário adequado para escoar a produção até os portos são prioridades. Além disso, a qualificação da mão de obra é uma preocupação, com 15 mil empregos diretos e 12 mil indiretos gerados pelo setor florestal.

“Temos projetos gigantescos e vivemos uma escala de crescimento que depois acaba estabilizando. Esse setor tem uma participação do PIB de 17,8%. Apoiaremos integralmente, pois até agora ele proporcionou desenvolvimento, qualidade de vida e inclusão para Mato Grosso do Sul”, concluiu Verruck.

Fonte: SEMADESC