Crédito e juros altos: especialistas alertam produtores rurais para adotar cautela

Diante da alta nas taxas de juros, especialistas recomendam que produtores rurais reavaliem estratégias financeiras para garantir a saúde econômica do setor

25/03/2025 às 10:44 atualizado por Allana Ferrsouza - SBA
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Com a Selic elevada a 14,25% ao ano e o Orçamento Federal de R$ 5,8 trilhões aprovado para 2025, os produtores rurais enfrentam um cenário de crédito mais caro e restrito. Especialistas alertam para a necessidade de gestão rigorosa de custos e riscos na safra 2025/26, especialmente entre pequenos e médios agricultores.

A alta da taxa de juros impacta diretamente o custo dos empréstimos, dificultando o acesso ao crédito. Segundo Enilson Nogueira, especialista da Céleres Consultoria, o financiamento da safra se torna mais desafiador, principalmente para quem depende de empréstimos. A inadimplência no setor também cresce, o que leva os bancos a exigirem mais garantias, como apontado por Vinícius Paiva, especialista em fusões e aquisições.

A colheita de 170 milhões de toneladas de soja esperada para 2024/25 pode compensar parte das perdas anteriores, mas desafios logísticos e de armazenamento ainda são uma preocupação. Por outro lado, a modalidade de barter (troca de insumos por produção) ganha força como alternativa ao crédito tradicional, oferecendo mais segurança em um cenário de alto risco.

A cotação do dólar, em torno de R$ 5,70, também tem beneficiado os produtores, com destaque para a soja, que está sendo vendida por valores mais altos, entre R$ 15 a R$ 20 a mais por saca. O milho, por sua vez, tem mostrado uma demanda firme devido ao uso para etanol e ração animal.

Diante da instabilidade, a Céleres recomenda: controle rigoroso do caixa, cortes de despesas, postura conservadora em investimentos, diversificação de fontes de crédito e aproveitamento do câmbio. Embora a estabilização do agro seja esperada para 2026, os fatores climáticos e a trajetória da Selic exigem atenção constante.

Informações: Agro em Campo