Caminhoneiros marcam greve para 1º de novembro se governo não atender reivindicações
Na pauta da categoria está a redução nos preços dos combustíveis e estabelecimento de um valor mínimo de frete
Caminhoneiros
Caminhoneiros deram até 1º de novembro para o governo Bolsonaro atender a pauta de reivindicações da categoria. Se os pedidos não forem aprovados, os caminhoneiros afirmam que entrarão em greve.
A decisão foi aprovada durante o Encontro Nacional, no último sábado (16), no Rio de Janeiro. Associações deverão entregar hoje ao governo a lista de reivindicações.
A reunião contou com caminhoneiros de diversos estados e foi organizada por três entidades representativas: Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e pela Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava).
O 3º Encontro Nacional da categoria está marcado para 20 de novembro, em Porto Alegre (RS).
Confira as principais reivindicações dos caminhoneiros
• Redução do preço do diesel e revisão da política de preços da Petrobras, conhecida como Preço de Paridade de Importação (PPI);
• Constitucionalidade do Piso Mínimo de Frete;
• Retorno da Aposentadoria Especial com 25 anos de contribuição ao INSS e a inclusão do desconto do INSS pago pelo caminhoneiro (PL2574/2021) na Lei do Documento de Transporte Eletrônico;
• Aprovação do novo Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas (PLC 75/2018);
• Aperfeiçoamentos na proposta do Voto em trânsito no Senado.
• Melhoria e criação de Pontos de Parada e Descanso (Lei 13.103/2015) entre outras medidas.
O diretor da CNTTL e presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí-RS, Carlos Alberto Litti Dahmer, disse que os caminhoneiros estão em estado de greve e aguardam que o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, atenda a pauta de reivindicações da categoria.
“O Governo Bolsonaro teve o prazo de três anos para melhorar a vida do transportador autônomo e nada foi cumprido. Daremos mais 15 dias para que a nossa que é de conhecimento do ministro Tarcísio e do governo Bolsonaro seja aplicada de fato para os caminhoneiros”, reforça Litti.
A Associação Nacional de Transporte no Brasil (ANTB) apoia o movimento de greve, caso as reivindicações não sejam atendidas. “Nós temos muitos caminhoneiros autônomos que não aguentam mais, não tem condições de rodar, não tem dinheiro para manutenção”, afirma o presidente da entidade, José Roberto Stringasci.
O representante da ANTB acredita em uma grande adesão dos caminhoneiros pelo Brasil. A união da categoria começou no início do ano e tem crescido.
“A redução na porcentagem no preço dos combustíveis deve ser de 50% para que tenhamos um preço justo hoje. Isso pode ser feito com a mudança na política de preço dos combustíveis, retirar a PPI e adotar uma outra política, ter preços nacionais e não em dólar”, afirma.
Sobre os bloqueios nas estradas, Stringasci afirma que a circulação de medicamentos, produtos e insumos hospitalares, ônibus e carros de passeio devem ter passagem liberada. “Será obstruída a circulação de caminhão de cargas, de transporte rodoviário. Alimentos e essas coisas vão ser retidos sim, é o padrão que se usa”.
Foto de capa: Wenderson Araújo Trilux/ Sistema CNA