Calor extremo prejudica produção de batata-baroa no Espírito Santo

Temperaturas acima de 30°C e seca prolongada causam perdas significativas na colheita e afetam o mercado agrícola

28/03/2025 às 09:57 atualizado por Allana Ferrsouza - SBA
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Um caso inédito de degradação térmica afetou a produção de batata-baroa no município de Alfredo Chaves (ES), onde o agricultor Elson De Nadai perdeu 60% da colheita devido a temperaturas superiores a 30°C e 22 dias consecutivos sem chuva. O calor extremo elevou a temperatura do solo, “cozinhando” os tubérculos antes da colheita, o que prejudicou gravemente a produção.

A batata-baroa, que é adaptada ao clima ameno da Serrana capixaba, com temperaturas ideais entre 10°C e 25°C, não resistiu ao clima adverso de março de 2025. A irrigação diária não foi suficiente para combater os efeitos do calor intenso, que acelerou a fermentação e o apodrecimento das raízes. 

De Nadai cultiva duas variedades de batata-baroa: Catarina, de alta produtividade, e precoce capixaba, resistente a mudanças climáticas. Enquanto a variedade Catarina sofreu grandes perdas, a precoce capixaba teve perdas menores. A falta de chuva e as temperaturas elevadas impactaram diretamente a produção, o que já se reflete no mercado, com a queda nas vendas, que antes eram de 20 a 30 caixas semanais, mas hoje não ultrapassam esse volume.

O engenheiro agrônomo João Medeiros, do Incaper, destaca que o fenômeno é um reflexo das mudanças climáticas e reforça a necessidade de adaptar as práticas agrícolas. O prejuízo financeiro ainda não foi quantificado, mas a seca prolongada e as ondas de calor demonstram o quanto as condições climáticas extremas afetam a produção agrícola.

Informações: Agro em Campo