Brasil e China celebram meio século de cooperação no agronegócio

A China se consolida como o maior mercado para as exportações agropecuárias brasileiras

15/08/2024 às 10:23 atualizado por Roberta Martins - SBA
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Brasil e China comemoram na quinta-feira (15) os 50 anos de relações diplomáticas, um marco que reflete o sucesso das trocas comerciais, especialmente no setor agropecuário. Mais de um terço das exportações brasileiras de produtos agrícolas tem como destino o gigante asiático, destacando a importância dessa parceria estratégica.

Ao longo de décadas, produtores rurais de diversas regiões e setores têm desempenhado um papel crucial para atender à crescente demanda chinesa. Em 2023, 36% das exportações do agronegócio brasileiro foram destinadas à China, superando outros importantes parceiros comerciais, como a União Europeia (13%) e os Estados Unidos (5,9%). Entre os produtos mais exportados para o país asiático, a soja em grãos lidera, seguida pela carne bovina in natura e celulose.

A diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Sueme Mori, destaca que o crescimento das exportações brasileiras está intimamente ligado ao aumento das importações chinesas. "Um exemplo é o milho. Em 2022, a China abriu seu mercado para o grão, e em 2023 nos tornamos o maior exportador mundial de milho graças às compras chinesas", comentou Mori.

Uma análise da evolução dessa relação comercial revela mudanças significativas ao longo do tempo. Em 2000, o Brasil exportou cerca de US$ 20,5 bilhões em produtos agropecuários, dos quais apenas US$ 561 milhões (3%) foram destinados à China. Em 2023, o valor total das exportações agropecuárias alcançou US$ 166,5 bilhões, sendo US$ 60,2 bilhões direcionados ao mercado chinês, representando 36% do total.

Nos últimos 11 anos, China, Estados Unidos e União Europeia têm sido os principais destinos das exportações agropecuárias brasileiras, com a China mantendo a liderança desde 2013. Mori enfatiza que, com uma população superior a 1 bilhão de pessoas, a segurança alimentar é uma prioridade para o governo chinês. "Somos o principal fornecedor de alimentos para a China, e ainda há espaço para crescimento na nossa produção agropecuária", afirmou.

A China, com seu vasto mercado, oferece oportunidades para o Brasil ampliar e diversificar suas exportações. A CNA, em parceria com a Apex-Brasil, desenvolve o projeto Agro.BR, com a China como um dos mercados prioritários. "Temos um escritório em Xangai para apoiar pequenos e médios produtores rurais no processo de internacionalização e diversificação de nossa pauta exportadora", explicou Mori.

A relação Brasil-China é vista como uma via de mão dupla, beneficiando não apenas o comércio, mas também investimentos, tecnologia e outras áreas de interesse comum no cenário internacional. "Esse relacionamento de 50 anos ainda tem muito a crescer. A tecnologia avançada da China pode ser incorporada à nossa produção agropecuária, fortalecendo ainda mais essa parceria", concluiu Mori.

 

Fonte: CNA