Após embargo da carne bovina, Mato Grosso do Sul adere medidas preventivas
Exportações da China estão temporariamente suspensas, afetando frigoríficos do estado

Diante da confirmação de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina, popularmente conhecida como “vaca louca”, no município de Marabá (PA), as exportações de carne para a China foram temporariamente suspensas desde quinta-feira (23). A nova medida impacta diretamente o mercado sul-mato-grossense em três importantes frigoríficos que exportam carne para o país asiático: o Naturafrig em Rochedo, FrigoSul em Aparecida do Taboado e Agroindustrial no município de Iguatemi.
De acordo com dados da Carta Conjuntura da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), o estado exportou no ano passado US$ 395,5 milhões e 61,5 mil toneladas de carne bovina para a China.
Segundo o secretário da Semadesc, Jaime Verruck o embargo vai afetar os preços do boi gordo e consequentemente a renda dos produtores, já que a composição de preço do “boi China” tem peso relevante para o mercado. "A decisão cria um impacto de redução na demanda internacional por carne. Então sobrará mais produto no mercado interno. Com isso o preço tende a cair. E além disso a remuneração do mercado China é superior ao mercado local e de outras localidades. Então isso faz com que tenha uma queda na remuneração dos produtores do Mato Grosso do Sul", afirma.
Ações
Na última sexta-feira (24), o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel recebeu o relatório com impacto causado devido ao embargo das exportações para China e também o resumo das ações da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) quanto ao sistema de vigilância interna.
A intenção é enviar ao Mapa (Ministro da Agricultura e Pecuária) um ofício com sugestões para o imediato restabelecimento do comércio com a China. Também foi feito um comunicado à OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal), com amostras enviadas para o laboratório de referência da instituição em Alberta, no Canadá, para confirmar que o caso é atípico.
O SVO (Serviço Veterinário Oficial Brasileiro) está realizando a investigação epidemiológica que poderá ser continuada ou encerrada de acordo com os próximos resultados.
Vale resaltar que a produção da proteína animal para outros mercados internacionais e locais continuam normal em Mato Grosso do Sul.
Com informação da Semadesc
*Com supervisão de Débora Oliveira, jornalista.